Em Março
de 2021 acelerei minha vida a 200km/h reto em um muro de concreto chamado
PANDEMIA. Na pior onda, no pior momento da maior crise sanitária do mundo eu
caí de paraquedas na mais dolorosa e longa viagem em direção à morte. Por 53
dias travei uma batalha dentro de uma UTI enquanto minha família implorava, de
joelhos, para Deus me livrar daquilo que os médicos já tinham decretado. Quase
2 meses com poucas informações, sem conhecer os procedimentos e muito menos
imaginar que aos poucos e de forma silenciosa o vírus da Covid-19 estava
consumindo meu pulmão e me colocando em um risco eminente de morte.
Durante a intubação meus delírios
foram de sequestro e cativeiro em outro país à clínica clandestina de roubo de
órgãos onde, por muitos dias, pedia para morrer ao invés de passar por tudo
aquilo. Delírios que se misturaram com a realidade vivenciada pela minha
família, amigos e profissionais da saúde aqui fora.
Sempre
acreditei em Deus e por muitos anos conversei com uma espécie de "banca divina"
onde, no meu entendimento, testava minha persistência, minha garra e força de
vontade de enfrentar as dificuldades impostas pela vida. Dessa vez a "banca"
pegou pesado e teve o nítido objetivo de corrigir minha vida, minha postura,
minhas prioridades e meu coração. Essa experiência de quase morte me
transformou em um novo Douglas.